Quase todos os dias sou questionado por várias pessoas se realmente o vinil voltou com tudo. A resposta é sempre a mesma: não tenha dúvidas disso. É claro que no mercado brasileiro esse comeback dos bolachões não aconteceu com a mesma intensidade do que lá fora, mas a realidade é que o formato clássico tem sido protagonista há vários anos neste século nas mais variadas listas que indicam, principalmente, o aumento de suas vendas. Em outras palavras, o seu sucesso comercial.
Mas qual o motivo para o renascimento do vinil no século atual?
Simples: as gravadoras tiveram um grande papel nesse ressurgimento do formato, como campanhas com os seus artistas, que incluem lançamentos exclusivos de álbuns, importantes reedições históricas e campanhas no Record Store Day.
No Brasil, a Polysom, contribuiu bastante para a continuidade do vinil, regravando pérolas nacionais e internacionais em seu catálogo de artistas dos mais variados gêneros musicais.
Agora, a BPI (British Phonographic Industry) aumentou essa lista de “boas notícias” do formato vinil e revelou nesta semana, que as vendas dos bolachões tiveram seu nível de vendas mais alto em 30 anos. Um aumento real no consumo do formato de 8 por cento se comparado à 2020.
São mais de 5 milhões de discos de vinil vendidos neste ano, que é o 14º consecutivo do aumento da preferência do consumidor de música por ele. Isso mostra que seu apelo comercial está mais forte do que nunca e que, grande parte desses consumidores, é justamente a Geração Z – jovens que nasceram entre 1997 e 2012. Em um mercado que trabalha para as plataformas digitais onde a música se tornou intangível, o vinil, esse produto que passou a ser comercializado em 1877, tem sido adquirido ávidamente por este novo público.
A prova disso: Olivia Rodrigo, a maior estrela do pop da atualidade, vendeu 80 mil cópias de vinil de seu disco de estreia Sour e foi diretamente para o topo da Billboard 200, que avalia o desempenho comercial dos álbuns.
Eles não viveram o que chamamos de era do ouro do vinil, que compreende os anos de 1960 e 1980. Para eles é uma nova proposta para ouvirem seus artistas e bandas favoritos, ainda que com uma tecnologia anterior. É algo como um souvenir de seus ídolos, com capa, letras e tudo mais que lamentamos termos perdido, quando o formato deixou de ser preferencial com a adesão mundial ao CD.
Para se ter uma ídeia, a MRC Data, empresa de dados que analisa a performance comercial do mercado fonográfico, observou que mais de 4 mil pessoas com a faixa etária de 13 anos ou mais, foram questionadas durante um período de duas semanas sobre suas influências musicais e 15 por cento delas admitiram que compraram discos de vinil nos últimos 12 meses.
E para quem ainda não acredita que “o vinil voltou”, só nos EUA, as vendas dos bolachões resultaram em US$ 232 milhões em vendas para o mercado local.