Uma publicação da Music Week desta semana, reporta uma preocupação do mercado musical britânico que observa que o apelo do CD, principalmente em eventos sazonais como o Natal, poderia perder força já nos próximos anos .
Para a publicação, o custo benefício da manufatura dos discos digitais, indica que a permanência do formato na indústria parece incerta.
Em outros tempos, garantir o primeiro lugar na parada de álbuns com grandes números na semana de Natal era a certeza de que os álbuns físicos dos artistas teriam grandes vendas no varejo. Esse período positivo já era traçado no quatro trimestre, antes do famoso feriado.
Um exemplo disso foi o sucesso do álbum 30 de Adele: Em 2021, apesar de se tornar o seu primeiro LP disponível na região britânica, foram registradas mais de 62 mil vendas físicas, de um total de 70,8 mil, segundo a Official Charts Company, para manter o número 1 do Natal. Na última semana que antecedeu o feriado, as vendas físicas aumentaram mais ainda, em relação à semana anterior.
Contudo, 2022 mostrou que o streaming é protagonista de consumo do mercado e as vendas de CD’s não empolgaram. Para se ter uma ideia, Midnights de Taylor Swift, que tem um grande sucesso nas plataformas digitais, só conseguiu vender 9,2 mil cópias físicas, somando aos 7,6 streams e 203 downloads pagos. Mesmo assim, se tornou o álbum natalino número 1 do Reino Unido.
Isso acabou levantando uma série de questões quanto à continuidade do CD no mercado britânico, no qual muitos acreditam que não deva durar a longo prazo. Só Cliff Richard, lendário músico da região, conseguiu vender 15,8 mil cópias físicas na última semana.
A Official Charts Company apurou que as vendas de CD’s caíram 18,9% nos países britânicos em relação à 2021. Isso se compara a um declínio ano a ano de 10,5% para o formato durante todo o ano de 2021.
Os formatos físicos, que inclui CD e vinil, representou 29% do mercado de álbuns na última semana, em comparação com 28,2% na semana anterior. O formato físico ocupava 37,2% de fatia do mercado em 2021.
O pico de vendas de CD’s no Reino Unido foi em 2016, quando 50 milhões de cópias do formato foram vendidas na região.
Phil Halliday, da HMV, explicou ao Music News sobre o problema de distribuição no mercado do vinil, outro formato que segue em crescimento, mas enfrenta problemas de demanda no atual século: “A produção de vinil continua sendo um problema, mas houve uma grande melhora na situação nos últimos 12 meses. Certamente há uma oportunidade de crescimento em 2023, principalmente no catálogo, onde alguns segmentos foram significativamente impactados nos últimos 18 meses”.