O negócio do mercado musical em nível global começa a gerar preocupações em um horizonte não
muito distante. De acordo com um relatório recente da Midia Research, o mercado fonográfico global já dá sinais de desaceleração e a empresa já dá como certo um tímido crescimento de apenas 1,6% até 2030.
O que estaria incluído neste negócio? Vários itens, como produtos físicos que incluem os discos de vinil, CD’s, fitas cassete e, até mesmo, o streaming.
No blog da Midia Research, em um artigo assinado por Tatiana Cirisano, observou-se que “as vendas não oficiais de produtos estão corroendo o mercado”.
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“De forma alarmante, cerca de um quarto dos comportamentos de compra de produtos são separados da indústria musical. Isso ocorre porque eles vêm de fornecedores não oficiais, como produtos feitos por fãs e páginas do Etsy, ou do mercado de segunda mão”, continua explicando Cirisano.
E alerta: “Com a ênfase atual na monetização do fandom, as gravadoras correm o risco de ‘colheita excessiva’ do fandom — retirando esse recurso a ponto de haver menos para regenerar no futuro”.
A Midia Research acredita, de acordo com o artigo, que artistas e detentores de direitos podem transformar isso em uma oportunidade ao colaborar com esses fãs e vendedores não licenciados.
Em contrapartida ao mercado musical, vendas de discos de vinil batem recorde e jovens impulsionam números
Mesmo com um prognóstico alarmante de desaceleração do mercado, principalmente do vinil no horizonte, quase todos os dias somos questionados por várias pessoas se realmente o vinil voltou com tudo. A resposta é sempre a mesma: não tenha dúvidas disso. É claro que no mercado brasileiro esse comeback dos bolachões não aconteceu com a mesma intensidade do que lá fora, mas a realidade é que o formato clássico tem sido protagonista há vários anos neste século nas mais variadas listas que indicam, principalmente, o aumento de suas vendas. Em outras palavras, o seu sucesso comercial.
Mas qual o motivo para o renascimento do vinil no século atual?
Simples: as gravadoras tiveram um grande papel nesse ressurgimento do formato, como campanhas com os seus artistas, que incluem lançamentos exclusivos de álbuns, importantes reedições históricas e campanhas no Record Store Day.
No Brasil, a Polysom, contribuiu bastante para a continuidade do vinil, regravando pérolas nacionais e internacionais em seu catálogo de artistas dos mais variados gêneros musicais.
Agora, a BPI (British Phonographic Industry) aumentou essa lista de “boas notícias” do formato vinil e revelou nesta semana, que as vendas dos bolachões tiveram seu nível de vendas mais alto em 30 anos. Um aumento real no consumo do formato de 8 por cento se comparado à 2020.
São mais de 5 milhões de discos de vinil vendidos neste ano, que é o 14º consecutivo do aumento da preferência do consumidor de música por ele. Isso mostra que seu apelo comercial está mais forte do que nunca e que, grande parte desses consumidores, é justamente a Geração Z – jovens que nasceram entre 1997 e 2012. Em um mercado que trabalha para as plataformas digitais onde a música se tornou intangível, o vinil, esse produto que passou a ser comercializado em 1877, tem sido adquirido ávidamente por este novo público.
A prova disso: Olivia Rodrigo, a maior estrela do pop da atualidade, vendeu 80 mil cópias de vinil de seu disco de estreia Sour e foi diretamente para o topo da Billboard 200, que avalia o desempenho comercial dos álbuns.